domingo, 10 de janeiro de 2010

O BAPTISMO DO SENHOR

Termina hoje, com a solenidade do Baptismo de Jesus, o tempo de Natal.
Neste tempo, todos nós que, “Pelo Baptismo, somos portadores da palavra de Cristo, que serena, que inflama e aquieta as consciências feridas.” (São Josemaria, Amigos de Deus, “A Esperança do cristão”), somos chamados a aproveitar esta sublime oportunidade para reflectir sobre a nossa vida.


Podemos começar por olhar para o presépio... Meditar na Vida deste Menino que, fazendo-Se homem, veio até nós para nos salvar.




“Ao remirar o Menino no presépio vamos olhando para dentro de nós; e compreendemos qual e que delicada e divina semente caiu nesta lavra; mas, sem poder evitá-lo, magoa-nos profundamente o chocante contraste de tão alta realidade com o chocante contraste prosaico e chão da nossa vida corrente, tão vulgar, tão mesquinha, que nem a presença de Deus transforma naquela vida ideal, perfeitíssima, acabada, que seria «digna» da nossa condição sobrenatural.” (Pe. Hugo de Azevedo, Meditação do Natal).

Mas esta idílica vida não é a nossa vida... Quantas vezes não sentimos “Esta nossa falta de sensibilidade para as coisas espirituais; esta absorção contínua nas necessidades terrenas; este esquecimento insistente dos mais vivos propósitos de elevação; estes sentimentos confusos, rudes, e quantas vezes mórbidos ou perversos... Enfim, este impossível... Por outro lado, qualquer coisa nos segreda (ou nos brada?) que justamente o «impossível» é o sinal de Deus, pois esse mesmo contraste que nos amargura o encontramos na própria gruta de Belém: ali vemos o Criador, a Perfeição absoluta, nas mais comuns circunstâncias desta vida. Mais do que comuns: dorme na palha, na pedra, num curral. Cheira ali a gado, a esterco. Corta o frio... se bem virmos, aliás, todo o mistério do Natal está mesmo nesse contraste, nessa extraordinária coexistência do divino com o terreno, que se deu, no entanto, na pessoa de Cristo, dentro da mais perfeita harmonia na união das duas naturezas.” (Pe. Hugo de Azevedo, Meditação de Natal).

Confiantes de que é aqui, nestas comuns circunstâncias e no meio da fraqueza, que Deus nos quer, peçamos ao Senhor que "actue em nós e por nós"... "temos de lhe dizer que estamos dispostos a lutar em cada dia, ainda que nos vejamos frouxos e inúteis, ainda que sintamos o peso imenso das misérias pessoais e da pobre debilidade pessoal. Temos de lhe repetir que confiamos n’Ele, na sua ajuda [...], porque Deus tudo pode.” (São Josemaria, Amigos de Deus, “A Esperança do cristão”).

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