"Jesus tomou consigo não todos os Apóstolos, mas três dos mais íntimos, Pedro, Tiago e João e sobe com eles ao monte para rezar. Aproxima-se a Páscoa, a sua última peregrinação a Jerusalém, uma peregrinação muito importante donde não regressará. Este facto tem uma ligação muito grande com o que se vai passar.
Enquanto reza, todo Ele se transfigura. A natureza divina, até ali escondida sob a capa da humanidade, irrompe sobre esta e manifesta toda a sua beleza, grandeza e esplendor. Os Apóstolos, embevecidos, veêm-n'O face a face, como hoje O contemplam no Céu. É uma antecipação da bem-aventurança, daquele gozo sem fim que Deus preparou para os eleitos, perante o qual tudo o mais é nada. Por isso Pedro quer ficar ali para sempre.
Ao lado de Cristo transfigurado surgem duas personagens conhecidas: Moisés, o homem da Lei, o mediador da aliança do Sinai, e Elias, o profeta por meio de quem Deus falou e guiou o seu povo. Falam com Jesus e nós conhecemos o assunto da conversação. É sobre o que se vai passar em Jerusalém: a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus. E este é o principal motivo da transfiguração. Jesus sabe que dentro de dias vão vê-l'O preso, humilhado, escarnecido, flagelado, cheio de sangue, crucificado e morto. Para que não desanimem e possam compreender um pouco deste mistério, leva-os a contemplar, por uns momentos, a Sua glória que vai manifestar-se na Ressurreição.
No início do relato, o Evangelho acentua que Jesus subiu com os Apóstolos a uma alta montanha para rezar. O fim que Ele tem em vista é dar-lhes a conhecer uma realidade sobrenatural presente no mundo, mas invisível e, por isso, desconhecida de muitos: a Sua Divindade.
Para entrar em contacto com o Sobrenatural, para conhecer, mesmo sumariamente, os mistérios da fé, é necessária a oração, o isolamento das contingências da vida terrena e subir acima de tudo o que humanamente nos atrai.
O que os Apóstolos viram, por alguns momentos, no Tabor, é o que agora juntamente com os outros eleitos vêem continuamente no Céu. E é ainda o que todos nós seremos no futuro, se seguirmos o Evangelho de Cristo. Configurados com Ele no baptismo, participaremos da Sua glória na eternidade. Este é o prémio que Ele nos garante; um prémio pelo qual tudo vale a pena." (in Rosário de Maria, 2009).
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A vida cristã é ela mesma uma transfiguração. Devemos continuamente contemplar o rosto de Jesus Cristo, contemplar o Seu amor e experimentar como o Senhor é bom ("o Seu poder é eterno, nunca passará, e o Seu reino jamais será destruído" - Dan. 7, 14)!
Também nós um dia, se lutarmos para tal, estaremos no Céu. Mas, o que é o Céu? O Céu não é outra coisa a não ser estar sempre com Jesus Cristo! Transfiguremo-nos...
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Invoquemos o Senhor para que transfigure o nosso olhar e nos ensine a descobrir a Sua presença nos nossos irmãos.
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