quarta-feira, 27 de maio de 2009

APRENDEMOS DE JESUS...

«Quando os seus inimigos tinham satisfeito toda a sua má vontade, e já não ficava nada que fazer nem ao Senhor nada mais que padecer, então manifestou os sentimentos do seu coração, e soubemos que era muito menos o que tinha sofrido no corpo comparado com a dor da sua alma. Por isso, antes de morrer, soltou aquele grito: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?»
É de ter muito em conta que não se queixara nem de Judas que o vendeu nem de Pedro nem dos sacerdotes que o acusaram nem das testemunhas que mentiram nem dos soldados nem de Pilatos nem dos verdugos. Não se queixou de ninguém. Queixou-se ante o seu Eterno Pai, em quem via o seu infinito amor e a sua justiça. A quem se podia queixar senão a seu Pai em quem confiava? A quem podia perguntar o motivo do seu desamparo senão a quem sabe tudo, ao Pai justo e bom?
Aprendemos de Jesus que, nos momentos de adversidade, temos pouco que arranjar com os homens e, pelo contrário, muito com Deus. Porque Dele depende tudo, e não dos homens.
Não se move uma folha de uma árvore nem se caça um passarinho se não é a sua Vontade (Mt 10, 29). E se as nossas contrariedades são consequência e castigo dos nossos pecados, Ele é o Juiz que sentencia, ainda que sejam os homens os que executam.
Se as contrariedades são remédio das nossas doenças espirituais, Ele é o médico que receita, ainda que sejam os homens que nos dêem a tomar o remédio. E se são para aumentar o nosso mérito e a glória do céu, Ele é que luta por nós e nos coroa na vitória.
Os delinquentes não suplicam ao verdugo, mas ao juiz; também os doentes não tratam da sua doença como o farmacêutico que lhes vende os remédios, mas com o médico que os cura; os soldados também não mostram as suas feridas aos outros soldados contra quem lutam, mas ao chefe que os há-de condecorar. Igualmente não devemos lançar a culpa nem vingar-nos dos que são o motivo da nossa contrariedade, mas levantar os olhos a Deus, que é o nosso Chefe, o nosso Médico e o nosso Juiz. A Ele e não aos homens devemos queixar-nos, porque é Ele o que fere e Ele é o que cura
(A PAIXÃO DO SENHOR, Luis de La Palma)

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