quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A solicitude de Maria

"A solicitude de Maria pelos homens, o seu ir ao encontro deles, na vasta gama das suas carências e necessidades.
Em Caná da Galileia torna-se patente só um aspecto concreto da indigência humana, pequeno aparentemente e de pouca importância («Não têm mais vinho»). Mas é algo que tem um valor simbólico: aquele ir ao encontro das necessidades do homem significa, ao mesmo tempo, introduzi-las no ãmbito da missão messiânica e do poder salvífico de Cristo.
Dá-se, portanto, uma mediação: Maria pôs-se de permeio entre o seu Filho e os homens na realidade das suas privações, das suas indigências e dos seus sofrimentos.
Põe-se de «permeio», isto é, faz de mediadora, não como uma estranha, mas na sua posição de mãe, consciente de que como tal pode - ou antes, «tem o direito de» - fazer presente ao Filho as necessidades dos homens.
A sua mediação, portanto, tem um carácter de intercessão: Maria «intercede» pelos homens.
E não é tudo: como Mãe deseja também que se manifeste o poder messiânico do Filho, ou seja, o Seu poder salvífico que se destina a socorrer as desventuras humanas, a libertar o homem do mal que, sob diversas formas e em diversas proporções, faz sentir o peso na sua vida.
Outro elemento essencial desta função maternal de Maria pode ser captado nas palavras dirigidas aos que serviam à mesa: «Fazei aquilo que Ele vos disser». A Mãe de Cristo apresenta-se diante dos homens como porta-voz da vontade do Filho, como quem indica aquelas exigências que devem ser satisfeitas, para que possa manifestar-se o poder salvífico do Messias. Em Caná, graças à intercessão de Maria e à obediência dos servos, Jesus dá início à «Sua hora»."
(Mãe do Redentor, Encíclica do Beato João Paulo II)

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